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Wolfenstein: The New Order - Análise

Foto do escritor: Pedro LopesPedro Lopes

Atualizado: 8 de jul. de 2022


Wolfenstein: The New Order está na lista da bethesda de reboots de clássicos que deram certo. Mas ao mesmo tempo que deu certo sinto que ele não faz nada de novo para a indústria de jogos, nessa análise pretendo explicar o que eu gostei e não gostei no reboot de Wolfenstein.


Introdução

The New Order conta a história de William "B.J" Blazkowicz, um soldado americano lutando pelo seu país durante a segunda guerra mundial, mas devido a uma sequência de acontecimentos B.J é acertado por um caco de vidro que o coloca em estado vegetativo por 14 anos. Durante esses anos os nazistas ganham a segunda guerra, fazendo com que agora praticamente todo o mundo seja controlado por forças nazistas. Depois de 14 anos B.J acorda, buscando seus antigos amigos para tentar montar uma revolução e retirar os nazistas do poder.


Combate

The New Order é um FPS, porém com mais foco na parte arcade e menos em ser preciso. Um dos diferenciais no combate de Wolfenstein é que B.J pode carregar praticamente qualquer arma em duas mãos (inclusive snipers), fazendo com que realmente o jogador se sinta o próprio Rambo durante os combates. Infelizmente o prazer de atirar com duas armas acaba rápido pelo jogo não entregar nada de diferente além de cenários lineares com grupos de inimigos. A falta de complexidade no combate acaba tornando algo que era para ser divertido em algo maçante e repetitivo. Essa sensação de repetição também é um problema de alguns cenários do jogo que são quase monocromáticos, fazendo ter realmente a sensação de estar fazendo a exata mesma coisa todas as missões.


Outra parte do combate é o stealth, algo que subestimei no início mas que em algumas missões tentar avançar sem ser furtivo é pedir para lidar com hordas de inimigos que te matam com bastante tranquilidade. O maior problema do stealth é que, assim como o gunplay, não é nada complexo e acaba facilitando demais alguns momentos. Os ataques furtivos matam praticamente todos os tipos de inimigos, e os inimigos por sua vez tem uma inteligência artificial simples e depois que seu personagem é visto não tem muitas opções a não ser ir para o tiroteio. Não é como se eu esperasse algo complexo e criativo como Dishonored, mas a forma que é feita em Wolfenstein é a mais genérica possível. Várias sessões de stealth podem ser evitadas entrando dando tiro em todos os inimigos, é um risco maior a se tomar, mas dependendo vale a pena só pelo prazer de descarregar um pente inteiro no peito de um soldado nazista.


O combate de Wolfenstein é legal, mas não tem nada demais, não impressiona em nada, nem faz nada de revolucionário. Chegando próximo ao final do jogo eu só queria terminar logo as sessões de combate para ver os próximos diálogos e cutscenes, porque já tinha se tornado maçante fazer sempre a mesma coisa em cenários lineares.


Narrativa

A narrativa de The New Order foi o que mais me impressionou, todos os personagens são bem escritos, no hub durante uma missão e outra é possível conversar com alguns NPCs e todos tem diálogos interessantes e alguns até cutscenes próprias. É tudo tão bem escrito que em muitos momentos eu pensava: "essa cena poderia facilmente fazer parte de algum filme". O próprio protagonista que não tem tantas falas é muito bem escrito que o torna um dos personagens mais interessantes da trama.



B.J mesmo sendo silencioso é provavelmente o personagem com mais desenvolvimento na trama, e é muito curioso estar dentro da "mente" dele, ouvindo seus devaneios, porque mostra como ele se preocupa com aquela situação além de apenas andar para frente e atirar.

B.J se preocupa com seus amigos, com quantos soldados morreram e quantos ainda vão ter que morrer para que aquela guerra acabe, ele se preocupa consigo mesmo e se ainda é capaz de continuar lutando. Um personagem que ainda é sensível e além de tudo, humano. B.J é fácil de se relacionar porque ele é humano, ele entende os problemas dos outros, se culpa e sente vingança. A humanização dos personagens é algo que acertaram demais na narrativa do jogo, B.J poderia ser simplesmente uma máquina de combate ambulante com falas toscas e genéricas, mas ele é um humano e tem preocupações humanas.


Além de diálogos e cutscenes a narrativa também é contada através de itens no cenário, como músicas, pedaços recortados de jornais e audiologs. Os itens também não ficam para trás e são interessantes para contextualizar o personagem no momento que se passa aquele universo. Um dos itens mais legais é uma música do Beatles, mas que devido aos acontecimentos da trama, a música ao invés de ser em inglês é em alemão e possui algumas mudanças nas letras. Esses pequenos detalhes são tão interessantes a ponto de me fazer parar um pouco as sessões de ação desenfreada algum papel perdido no cenário.


Talvez o único problema com a narrativa é que no fim do jogo fica um pouco apressada e acaba tendo uma avalanche de informações nos minutos finais, mas não faz com que isso a torne melhor ou pior, é apenas uma decisão que considero um pouco ruim.


Problemas

É um pouco estranho escrever sobre os problemas do jogo porque a maioria são devidos a época que o jogo lançou e todos são resolvidos em The New Colossus, mas é importante estar ciente caso tenha interesse em jogar ele agora.

O primeiro é que o jogo está completamente em inglês, é possível jogar sem entender, mas vai perder boa parte dos melhores momentos do jogo. O segundo são os gráficos que são bem feios, mesmo para aquela época, o jogo foi lançado originalmente em 2014 mesmo ano que foi lançado jogos como Far Cry 4 e Dragon Age: Inquisition que até hoje são referências de gráficos, então é difícil de defender. Por último, são as cutscenes que são muito mais baixas que todo o jogo, sendo um problema que poderia ser facilmente resolvido com um opção de ajustar o volume apenas das cutscenes. Pessoalmente esses foram os 3 problemas que me incomodaram no jogo, durante minha gameplay não tive nenhum bug nem problemas de performance, o que foi surpreendente, considerando que jogos antigos normalmente fecham sozinhos e afins.


Vale a pena?

Wolfenstein: The New order é bom, mas é importante saber se é o seu tipo de jogo. Se está interessado apenas em gameplay e se banhar de sangue de nazistas, vale mais a pena começar direto do segundo jogo, o combate de New Order é divertido mas não o suficiente para manter o jogador entretido por mais de 8 horas e pode acabar frustrando um pouco. Caso pense em jogar, assim como eu, para se preparar para Wolfenstein: The New Colossus, então recomendo joga-lo. The New Order é uma boa porta de entrada e introduz bem todos os personagens da próxima trama. Caso esteja considerando jogar pela narrativa, então jogue porque The New Order é lotado de conteúdo e tem uma das melhores narrativas que já vi em um FPS.


Conclusão

Wolfenstein: The New Order pode não brilhar tanto no seu combate mas surpreende com uma narrativa robusta, que me fez querer acompanhar até o final para ver como seria concluída. Mas para ser justo, também me diverti com o combate, e digo com tranquilidade que poucos jogos conseguem fazer a sensação de jogar uma granada em um grupo de nazistas sem tão satisfatória quanto esse. A análise de Wolfenstein: The New Colossus já está em desenvolvimento e logo mais tá no site, mas por enquanto aproveite para ler as outras análises e listas que tem aqui. Obrigado por ler!

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