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Wolfenstein 2: The New Colossus - Análise

Foto do escritor: Pedro LopesPedro Lopes

Wolfenstein 2: The New Colossus tinha a simples tarefa de continuar o que foi criado em The New Order e o jogo não só continua como refina praticamente tudo que o primeiro jogo fez. Nessa análise vou esclarecer porque Wolfenstein 2 se tornou um dos meus FPS favoritos.


Introdução

The New Colossus continua imediatamente após o final do jogo anterior. Dessa vez, vemos um B.J mais cansado que ainda não conseguiu se recuperar do que aconteceu no fim do primeiro jogo, como se não bastasse o cansaço, agora B.J está sendo caçado pela própria Frau Engel, e como se não bastasse estar sendo caçado, B.J também descobre que será pai de gêmeos.

O jogo possui um pequeno resumo do que aconteceu no primeiro jogo, mas é bem confuso com algumas cenas importantes faltando e outras que não tem tanta necessidade aparecendo, o ideal para começar Wolfenstein 2 é realmente jogar o primeiro jogo, pra então poder entender com clareza tudo que aconteceu, além de conhecer melhor os personagens presentes em New Colossus.


Combate:

O combate de The New Colossus segue no mesmo molde do primeiro jogo, mas agora permitindo que B.J carregue um tipo diferente de arma em cada mão e a adição das engenhocas, que afetam diretamente o estilo do combate e exploração. No primeiro jogo achei o combate divertido mas genérico, com pouca inovação e nada que fizesse aquele combate ser diferente de outros que já tinha visto, já aqui o combate está muito mais refinado. É importante estar sempre em movimento em The New Colossus, porque balas, kits de vida e armaduras estão espalhadas pelo cenário, então é importante nunca estar parado. No segundo jogo B.J está mais frágil que nunca, sendo muito fácil acabar morrendo, então é importante saber dominar as armas e a movimentação para manter o jogo fluindo, dominar o combate não é difícil, mas requer prática. Para pôr em prática o combate, o jogo acrescenta na base um estande de tiro e também a possibilidade de repetir missões para conseguir medalhas, sendo elas ouro, prata e bronze.

As missões possuem um ótimo level design, fazendo com que correr e atirar não só seja divertido mas também funcione mecanicamente. O gunplay deixou de ser genérico, se tornando um gunplay divertido e próprio da franquia Wolfenstein. Armas agora podem ser customizadas, fazendo com que o combate se torne mais criativo em alguns momentos. Uma das minhas melhorias favoritas é da granada, que além de dar o dano da explosão ela também desabilita seres mecânicos, essas melhorias fazem bastante diferença no combate e sempre estão mostrando algo novo para o jogador.


O stealth também está presente em The New Colossus, mas não teve tantas mudanças quanto no primeiro. A principal mudança é que agora a maioria das missões foram projetadas tanto para o stealth quanto para o tiroteio frenético, algo que no primeiro eu sentia que algumas áreas eram quase obrigatórias de ser feito stealth e vice versa. Os takedowns agora tem animações diferentes e sempre dão um "ar de novo" quando um inimigo é finalizado corpo a corpo, os takedowns também podem ser usados fora do stealth, mas não possui invulnerabilidade e as animações por mais divertidas que sejam demoram um pouco, dependendo da quantidade de vida é possível acabar morrendo durante a animação de um abate. O stealth está mais divertido e criativo, é muito claro o quanto foi investido no level design para que tanto jogadores furtivos quanto jogadores agressivos se divirtam por igual. Um ponto negativo é que não é tão divertido quanto o tiroteio desenfreado e também facilita demais algumas partes. Para jogadores de Dishonored as partes furtivas serão fichinha, mas é legal ver o jogo se preocupando em melhorar o stealth.


Duas melhorias que não tem necessariamente ligação com o combate mas também refinaram o mesmo, são os gráficos e as trilhas sonoras. Os modelos das armas está mais bonito que nunca, igualmente para os mapas. B.J agora literalmente se banha de sangue e é um deleite visual matar nazistas com um bom poder gráfico. A trilha sonora continua incrível, mas agora sinto que anda lado a lado com o combate, que antes ficava muito de fundo e o som dos tiros eram tão altos que se eu conseguisse ouvir um acorde da guitarra do Mick Gordon era demais. A trilha sempre condiz com o momento do combate, seja ele calmo ou mais rápido e descontrolado, fazendo com que jogar e ouvir seja satisfatório. Essas melhorias no gráfico e na trilha sonora fazem com que matar nazistas seja ainda mais satisfatório que no primeiro jogo.


O combate de Wolfenstein 2 é ótimo, mas acaba se tornando um pouquinho repetitivo, o jogo aposta pouco em tentar algo diferente, como o B.J na cadeira de rodas ou o momento que controlamos um daqueles cachorros-robô que cospem fogo, essas diferenças no combate são bem vindas porém acabam acontecendo muito pouco durante a trama. Contudo, fico feliz em poder jogar um Wolfenstein com mais cara de Wolfenstein e menos cara de FPS genérico, The New Colossus arrisca pouco em coisas novas, mas nas que arrisca acerta demais.


Narrativa

No primeiro jogo a narrativa foi meu ponto favorito e no segundo não é diferente. Wolfenstein 2 tem uma narrativa robusta, com direito a muitas cinemáticas e momentos que me deixaram arrepiado. A narrativa casa muito bem com a gameplay, que agora aposta em cenas que vão direto para gameplay e vice versa, essa mudança é positiva mas acontece demais e acaba quebrando o ritmo da gameplay em algumas partes. As cenas por sua vez são absurdamente bem dirigidas e dificilmente você não vai se apegar a algum personagem. Além das cinemáticas é normal enquanto anda pelo submarino ver algo acontecendo, como quanto Seth e Max estão jogando uma partida de xadrez entre outros eventos. O coletivo dos personagens é bem trabalhado, mas individualmente tem poucos momentos igual o primeiro que servem só para conhecer aquele personagem em específico. Wolfenstein 2 está mais para uma comédia de ação americana do que uma história séria de guerra, piadinhas e cenas inapropriadas são comum e funcionam bem para fazer o jogador se aproximar mais de certos personagens. Mesmo com momentos mais puxados para comédia, as cenas sérias são realmente sérias e dá para saber quando é hora de rir e quando não é. O jogo está de parabéns em sua narrativa, que dessa vez evita insistir em dizer porque o nazismo é ruim (algo que é óbvio) e trabalha mais a parte humana dos personagens e como lidam com aquele momento. Essa mudança é notável com a quantidade de cenas dentro do submarino com os personagens conversando e menos em bases nazistas como era o primeiro jogo.


B.J está mais falante que nunca e é continua sendo um dos meus personagens favoritos da trama, agora B.J se preocupa em cuidar da sua família e se vai conseguir sobreviver para isso. Também temos bastante ênfase no passado do personagem, inclusive tendo um momento no jogo que visitamos a casa onde B.J cresceu.

Joguei o jogo inteiro dublado em português do Brasil e infelizmente a voz de B.J não condiz muito com o personagem, sem contar os claros momentos onde a entonação da voz tira qualquer emoção possível na fala. Esse problema não acontece apenas com B.J, na verdade acontece com a maioria dos personagens, tinha cenas que a ênfase em algumas falas era disfarçada por entonações ruins. Mesmo assim, fico feliz do jogo estar localizado para PT-BR e acredito que em um jogo posterior esse problema será resolvido.


A narrativa de Wolfenstein 2 é ótima, se mantem estável em praticamente todo jogo e tem poucos furos de roteiro. Inclusive, até os momentos mais absurdos da narrativa o jogo se propõem a explicar, e posso dizer com tranquilidade que momentos absurdos são o que não falta nessa trama.


Problemas

Wolfenstein 2 se saiu sem nenhum bug e com uma performance invejável, mas tem alguns probleminhas. O primeiro é a duração, finalizei o jogo em 9,8 horas, menos que o seu antecessor. Pelo preço esperava pelo menos 15 horas, o jogo até insiste nas missões secundárias, mas todas seguem o mesmo molde, o que acaba levando ao segundo problema. A falta de fator replay é o segundo problema, as missões secundárias são baseadas em voltar a mapas que já passei e matar os comandantes e os prêmios dessas missões não são bons o suficiente para o jogador sentir vontade de fazer todas. Em The New Colossus não existe a função de selecionar um capítulo especifico e jogar, algo que tinha nos anteriores e me deixou um pouco frustrado, estava considerando platinar, mas ter que refazer toda a trama para pegar os colecionáveis me desanimou bastante. Pessoalmente, esses foram os problemas que percebi jogando, além dos outros que mencionei nos outros tópicos da análise.


Vale a pena?

Wolfenstein 2 é um ótimo jogo, mas não acredito que vale a pena comprar no seu valor cheio, somente em uma promoção ou se preferir, assinar um mês de XBOX Gamepass para jogar. A falta de um fator replay interessante e a duração da campanha acabam tornando Wolfenstein 2 difícil de recomendar, mesmo depois de ter escrito alguns parágrafos elogiando o jogo. O jogo é ótimo, mas fora de promoção o jogo custa R$155,00 e pelo tempo de jogo não acho que vale a pena no seu valor cheio.


Conclusão

Wolfenstein 2: The New Colossus faz jus ao legado da série e entrega uma das melhores narrativas que já vi nos jogos. Além da narrativa, poder atirar, cortar, atropelar, incinerar, explodir, pisotear, socar, chutar, desmembrar e evaporar nazistas é sempre muito bom, e nesse jogo fazer isso é uma das sensações mais satisfatórias possíveis. Se gostou da análise sinta-se a vontade para ler as outras aqui do site, inclusive a de Wolfenstein: The New Order. Obrigado por ler!


Nota: todos os prints e gifs foram tirados por mim em momentos da gameplay.



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