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Kingdom Hearts 3 - Análise

Foto do escritor: Pedro LopesPedro Lopes

Atualizado: 8 de jul. de 2022


Kingdom Hearts 3 foi uma das grandes novidades de 2019, o tempo que a série ficou sem receber nenhum lançamento fez com que todos os fãs ficassem super animados. Além do jogo ter uma fanbase enorme, a proposta de ser um Kingdom Hearts que se passa nos mundos da Disney dos filmes mais recentes, fizeram que até quem não conhecia tivesse curiosidade e vontade de jogar. Nessa análise estarei falando da versão de PC, porém, somente do jogo base, sem a DLC.


História

A história do 3 é provavelmente uma das mais confusas da série, por se tratar da conclusão das histórias contadas em mais de um jogo, que por si só já são confusos o suficiente. Pra ajudar o jogador, no youtube e no menu do jogo existe a possibilidade de assistir alguns vídeos que de forma resumida vão explicar jogo por jogo da série. É legal ter essa opção mas esses vídeos as vezes acabam confundindo mais que ajudando. Caso você não se importe com o que aconteceu até o terceiro jogo, é possível jogar e entender a história do 3, mas esteja ciente que é uma continuação, muitos personagens e referências são dos outros jogos, então o impacto sobre alguns momentos da história podem acabar desaparecendo.


Resumidamente, no inicio Sora, Pateta e Donald estão em missão pra recuperar os poderes de Sora. Para recupera-los é necessário ir entre os mundos e ajudando os habitantes de lá, assim como nos outros jogos da série. O diferencial no 3 é que os mundos são os mundos de filmes 3D mais recentes da Disney, como Operação Big Hero 6, Frozen, Toy Story entre outros. Sobre os mundos, alguns tem suas narrativas contadas da mesma maneira que nos filmes, em outros tem histórias novas. As histórias dos mundos são legais mas tem problemas em ofuscar o objetivo do Sora, mesmo que em alguns momentos isso seja uma opção narrativa (de não permitir se falar sobre a organização 13 e sobre o kingdom hearts).


O contraponto da história, além de confusa é que tem um começo muito arrastado e que parece sempre estar distante da narrativa principal. Alguns diálogos não parecem terem sido sequer desenvolvidos e passam a impressão de que aquele personagem precisava falar algo, mesmo que não tenha tido nenhum motivo pra ele falar naquele momento. Começa a ter mais aparições dos antagonistas no meio do jogo e vai se mostrando qual o verdadeiro vilão do jogo.

Quando chega na parte final o jogo tem um salto narrativo e mecânico absurdo, os melhores diálogos e batalhas de chefe são todos no final e são realmente muito bons, entretanto, esse fim deve durar no máximo 3 horas de gameplay e é um pouco frustrante saber que a melhor parte do jogo estava toda guardada pro final.


No quesito narrativo, Kingdom Hearts 3 tem momentos fracos, mas o final supre bastante desses momentos com sequencias incríveis de diálogos e combates. Uma pena que a melhor parte fique tão próxima a conclusão da trama.


Exploração

Diferente dos outros da série, Kingdom Hearts 3 aposta em mapas maiores e em menos telas de carregamento entre locais. Um dos meus exemplos favoritos é o Toy Box, mundo do filme Toy Story, que passa a maior parte em uma grande loja de brinquedos, que possui vários andares com lojas para explorar. A exploração também teve uma nova mecânica, sobre encontrar símbolos com a silhueta do rosto do Mickey e tirar foto, sempre que é tirada uma foto, uma recompensa será desbloqueada na loja de itens. Esses puzzles de fotos são divertidos e procurar eles é um desafio interessante.


Quando comecei o jogo estava ansioso para explorar os novos mundos, principalmente pelo tamanho e opções que eles proporcionam. Infelizmente, a exploração é bem mais linear e contida do que eu esperava, mesmo tendo mapas maiores. Em Kingdom of Corona, de Rapunzel, foi onde mais me frustrei com paredes invisíveis e locais que não eram possíveis de escalar, mesmo com toda a mobilidade de Sora. Em alguns mundos a sensação de estar em um mapa aberto era camuflada por vários caminhos com paredes invisíveis, principalmente em mapas que não eram dentro de algum local fechado. Outro problema na exploração é que enquanto alguns mapas tinham muita complexidade outros eram praticamente grandes locais vazios e sem vida. Dois exemplos, são San Fransokyo de operação Big Hero 6 e Arendelle de Frozen. San Fransokyo é um playground enorme em uma cidade vazia e sem vida, um dos mapas com mais potencial do jogo e com pouquíssima complexidade, e infelizmente não é o único mapa com esse problema. Em compensação, Arendelle é enorme e cheio de locais pra fazer e explorar, o mapa é tão grande que muitos momentos conta com telas de transição entre uma área e outra. Infelizmente, não foi só nisso que mostrava que a equipe estava mais interessada em alguns mapas que outros, as cutscenes de Arendelle eram bem mais elaboradas e longas que as de San Franskoyo. Esses são apenas dois exemplos, mas durante o jogo é clara a diferente entre alguns mapas, que parecem feitos realmente para explorar, enquanto outros passam a impressão de ser apenas de passagem para ligar um mapa a outro.


O que me frustra na exploração de Kingdom Hearts 3 é ver tanto potencial não sendo utilizado, e não parece ser por falta de uma equipe, considerando o escopo do jogo. Talvez seja alguma pressão da parte da Disney para que os mapas de filmes de maior bilheteria tivessem mais complexidade que outros. Arendelle é o melhor exemplo, as cutscenes, personagens e cenários são muito mais elaborados que os outros mapas. É triste, porque todos os mundos do jogo são igualmente divertidos e tinham muito potencial para ser explorado.

Combate

O combate de Kingdom Hearts 3 continua parecido com o dos outros da série, bem puxado pro lado hack 'n slash de combos, porém com algumas mecânicas novas. Entre as novas mecânicas, estão as formas das Keyblades, que após vários ataques são desbloqueados e acrescentam novos combos e ataques por um pequeno período de tempo. Além das formas, o jogo conta com as atrações, que são brinquedos do parque da Disney que são sinalizadas em um símbolo verde no oponente que quando atacado te permite usar algum dos brinquedos do parque. Algumas mecânicas que já existiam em outros jogos também estão presentes, como o Flow Motion, que permite que o Sora use objetos do cenários para se movimentar e fazer novos ataques, e os Links que esgotam toda a barra de Mp de Sora mas permitem invocar um personagem para te ajudar nas batalhas.


Visualmente, Kingdom Hearts 3 tem um dos melhores combates da série, mas mecanicamente não passa de apertar o botão de ataque repetidamente e em alguns momentos apertar o botão de ação para fazer alguma ação de combate. As magias estão mais bonitas que em todos os jogos da série, mas assim como nos outros jogos elas não são tão utilizadas comparado aos ataques corpo a corpo. Mesmo o combate não sendo muito complexo, continua sendo divertido e satisfatório, provavelmente isso foi o que me prendeu até o final.


A falta de complexidade no combate é uma faca de dois gumes, no sentido que agrada jogadores casuais que só vão jogar para se divertir, mas pra jogadores que gostam de combates complexos sobre combos, bloquear e esquivar nos momentos certos podem ficar um pouco frustrados. Ainda assim, é um forte ponto do jogo o seu combate, a movimentação de Sora realmente passa a impressão do personagem ser tão leve a ponto de estar flutuando, as diferenças nas formas das Keyblades adicionam uma camada a mais no combate que deixa ainda mais divertido.


Conclusão

Kindom Hearts 3 tem problemas, mas é um ótimo jogo, capaz de me trazer lembranças felizes de quando eu assisti vários dos filmes presentes no jogo quando criança. A experiencia que Kingdom Hearts passa, poucos jogos até hoje passaram e fico muito feliz de ter jogado do inicio ao fim. Afinal, Kingdom Hearts sempre foi sobre pureza e amizade, e mesmo no terceiro jogo isso fica claro, em todas as conversas do Sora com outros personagens e até com ele mesmo.

Infelizmente, a falta de complexidade no combate e os mapas fechados não me trouxeram vontade de rejogar e nesse sentido acredito que o fator replay seja bem baixo, em exceção da DLC, que tem uma área somente com as batalhas de chefes pode ser divertido tentar derrotar os chefes de formas novas com outros tipos de dificuldades.

A versão de PC do jogo está muito bem otimizada e somente no mapa dos piratas do caribe senti algumas quedas de frames, jogando no médio/alto utilizando uma GTX 1650 e um R5 3400g.


Obrigado por ler!

Obrigado por ler até aqui! Espero que tenham gostado do texto e se sentirem vontade, tem outras analises no site, inclusive de Kingdom Hearts 1. Aqui embaixo é possível deixar uma mensagem, caso queira dizer algo para adicionar em textos futuros ou até nesse mesmo. Obrigado!

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